No século XIX, na pequena aldeia de Ars, na França, pregrava o Santo Cura d´Ars as seguintes palavras sobre o sacerdócio: "O sacerdote não é para si, mas para vós". A frase, apesar de curta, é riquíssima em profundidade espiritual, teológica e também vocacional. É indiscutível que o sacerdócio seja um dom e um chamado que Deus faz no coração de cada homem que ele escolhe, mas focar apenas nisso é deixar de lado um dos maiores tesouros que a vocação sacerdotal trás: o chamado ao serviço!
Seguir esse chamado nunca é algo fácil. Não se pode medir, nem contar todo o sacrifício que é necessário fazer, desde a entrada no seminário, até a última missa celebrada na paróquia. Não se conhece quantas lágrimas, frustrações e decepções já fizeram desanimar esses homens, fazendo-os se perguntarem muitas vezes "por que eu, Senhor?"
Na figura de cada Padre está Nosso Senhor representado, está o Cristo que ensina seus discípulos, que cura as chagas dos mais pobres e marginalizados, que ora para que não percamos a fé e que se oferece a si mesmo como vítima pela salvação de muitos. O serviço do sacerdote é o que sustenta a igreja. Esse é o chamado que Deus faz a cada um dos nossos pastores e que começa antes mesmo de seu nascimento, como está escrito: "antes que te formasse no seio de tua mãe, eu te conheci…" (Jr 1,5). E esse chamado é renovado quando o vocacionado diz seu sim e entra no seminário. Ali começa sua renúncia, suas dores, seu sacrifício, em outras palavras, o seu serviço a Deus e a igreja.
"O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate por muitos" (Mt 20,28): e é nesse desejo de servir e se doar que a alma do sacerdote se consome e se configura cada dia mais a Jesus, o sacerdote por excelência.
Desejo a todos os Bispos, Padres e Diáconos um feliz dia do Padre. Que Deus os mantenha firmes nessa vocação tão bela e tão necessária a nossa igreja.